Nem sempre dá para ter certeza da estabilidade política de um país, não é verdade? No caso da Filipinas os especialistas já podiam prever o que aconteceu nessa quinta-feira. Por duas vezes em um passado recente a presidente Gloria Arroyo sofreu tentativas de golpes e outros três processos de impeachment. Resistiu.

Pois nessa quinta-feira mais de 25 soldados rebelados, liderados, entre outros, pelo senador Antonio Trillanes que já havia liderado em 2003 um motim contra Arroyo, se trancaram no Hotel Península, no bairro financeiro Makati, em Manila pedindo a renúncia do governo atual.

Mas isso não durou muito. Uma tropa de elite logo invadiu o hotel e, com muito gás lacrimogêneo, prendeu os líderes da rebelião sem maiores conseqüências.

Então, cabe-nos pensar o porquê dessa rebelião que, como vimos não é a primeira. Arroyo passa por uma série de acusações de corrupção, como no caso do favorecimento de uma empresa telefônica chinesa e no perdão ao ex-presidente Joseph Estrada. O que parece segurar Arroyo no poder é o receio da classe média de uma onda de instabilidade no país que causaria perdas econômicas para o país.

À noite o Governo filipino instalou um toque de recolher até as 05h da manhã e, nas palavras do secretário do Interior, Ronaldo Puno: "Dependendo da situação em termos de segurança pode não ser necessário impor o toque de recolher por um segundo dia, mas teremos que esperar para ver".