Não somos aqui especialistas em economia, mas agora devemos arriscar um pouco sobre o assunto. O super aquecimento da economia chinesa trás consigo diversos problemas, entre eles a inflação e o conseqüente aumento de preços para o consumidor final.
E é justamente aí que está um grande problema social que está se agravando na China. Em agosto e outubro deste ano a inflação bateu um recorde de 6.5% ao ano, pela primeira vez em 10 anos e deve fechar em 4,7% até o fim deste ano. No ano que vem a previsão é de 4,5%. No mês passado a alta no petróleo forçou o governo a aumentar o preço da gasolina pela primeira vez em 17 meses e conter a alta nos preços já se tornou uma prioridade para 2008.
É muito interessante analisar as conseqüências sociais disso tudo. Não há dúvidas que qualquer governo no mundo só se valida se conseguir prover ao povo uma boa qualidade de vida, comida, moradia e trabalho, enfim, ao menos o básico de direito de todos os seres humanos.
O aumento dos preços já começa a causar protestos em fábricas e entre motoristas de táxi. Na semana passada diversos trabalhadores de uma fábrica de eletrônicos em Guangdong protestaram contra o aumento da comida. Aos problemas recentes se soma o aumento da diferença na renda de ricos e pobres, problemas ambientais e afins. Para se ter uma idéia o número de protestos organizados pulou de 10,000 em 1993 para 74,000 em 2004. Você não ouviu falar em nenhum deles? Não se preocupe, nenhum dos protestos recentes tiveram destaque na mídia chinesa.
O Ex-presidente Jiang ZeMin disse, em palestra nos EUA, algo como: “democracia é todos terem o que comer.” Mas se o Governo Chinês não conseguir prover isso, como é que a situação fica? Para tanto Beijing já começou a se movimentar dando subsídio de comida para muitos fazendeiros, estudantes e grupos de baixa renda. Muitas cidades também estão subsidiando até os táxis. Especialistas dizem que essa ação pode dar fôlego para que o país possa de ajustar às condições macro-econômicas em médio e longo prazo.
O Governo Chinês sabe muito bem o perigo que corre caso não consiga trazer resultados imediatos. Sua política econômica irá mudar no ano que vem. Olhando historicamente basta dizer que os protestos de 1989 na Praça da Paz começou, inicialmente, por causa da inflação. O resto da história nós sabemos.
Antes de acabar com essa matéria esse que lhes escreve gostaria de ilustrar a ‘moral’ dessa história. Aconteceu comigo na virada do ano de 2004. Estava com uns amigos em Shanghai, na Rua HuaiHai, em frente ao famoso Times Square. Lá estava tendo um show com diversas estrelas chinesas, cantores, atores e afins. A parte da frente do palco estava reservada aos “vips”, um número muito pequeno de pessoas se considerar o resto que estava sendo contida pelos policiais e vendo o show de longe. Não passou muito tempo até que as pessoas que estava “de fora” perdessem a paciência, tirassem os policiais da frente, tirassem as barreiras que os separavam da “área vip” e fossem ver o show mais de perto. Será que não há chances disso ocorrer em maior escala?
E é justamente aí que está um grande problema social que está se agravando na China. Em agosto e outubro deste ano a inflação bateu um recorde de 6.5% ao ano, pela primeira vez em 10 anos e deve fechar em 4,7% até o fim deste ano. No ano que vem a previsão é de 4,5%. No mês passado a alta no petróleo forçou o governo a aumentar o preço da gasolina pela primeira vez em 17 meses e conter a alta nos preços já se tornou uma prioridade para 2008.
É muito interessante analisar as conseqüências sociais disso tudo. Não há dúvidas que qualquer governo no mundo só se valida se conseguir prover ao povo uma boa qualidade de vida, comida, moradia e trabalho, enfim, ao menos o básico de direito de todos os seres humanos.
O aumento dos preços já começa a causar protestos em fábricas e entre motoristas de táxi. Na semana passada diversos trabalhadores de uma fábrica de eletrônicos em Guangdong protestaram contra o aumento da comida. Aos problemas recentes se soma o aumento da diferença na renda de ricos e pobres, problemas ambientais e afins. Para se ter uma idéia o número de protestos organizados pulou de 10,000 em 1993 para 74,000 em 2004. Você não ouviu falar em nenhum deles? Não se preocupe, nenhum dos protestos recentes tiveram destaque na mídia chinesa.
O Ex-presidente Jiang ZeMin disse, em palestra nos EUA, algo como: “democracia é todos terem o que comer.” Mas se o Governo Chinês não conseguir prover isso, como é que a situação fica? Para tanto Beijing já começou a se movimentar dando subsídio de comida para muitos fazendeiros, estudantes e grupos de baixa renda. Muitas cidades também estão subsidiando até os táxis. Especialistas dizem que essa ação pode dar fôlego para que o país possa de ajustar às condições macro-econômicas em médio e longo prazo.
O Governo Chinês sabe muito bem o perigo que corre caso não consiga trazer resultados imediatos. Sua política econômica irá mudar no ano que vem. Olhando historicamente basta dizer que os protestos de 1989 na Praça da Paz começou, inicialmente, por causa da inflação. O resto da história nós sabemos.
Antes de acabar com essa matéria esse que lhes escreve gostaria de ilustrar a ‘moral’ dessa história. Aconteceu comigo na virada do ano de 2004. Estava com uns amigos em Shanghai, na Rua HuaiHai, em frente ao famoso Times Square. Lá estava tendo um show com diversas estrelas chinesas, cantores, atores e afins. A parte da frente do palco estava reservada aos “vips”, um número muito pequeno de pessoas se considerar o resto que estava sendo contida pelos policiais e vendo o show de longe. Não passou muito tempo até que as pessoas que estava “de fora” perdessem a paciência, tirassem os policiais da frente, tirassem as barreiras que os separavam da “área vip” e fossem ver o show mais de perto. Será que não há chances disso ocorrer em maior escala?
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