Neste ano se completa, conforme já discutimos em outros posts anteriores, 70 anos do chamado “Massacre de Nanjing”. Há livros sobre o assunto e diversos filmes serão lançados até o fim do ano.

Um dos filmes é do chinês Li Yong que mora no Japão há 19 anos e não trata do massacre em específico, fala do santuário Yasukuni (http://pt.wikipedia.org/wiki/Santu%C3%A1rio_Yasukuni) onde os 2,5 milhões de japoneses mortos na guerra são homenageados. Isso inclui os criminosos de guerra que cometeram atrocidades até difíceis de descrever.

O filme “Yasukuni” ganhou na semana passada o prêmio de Melhor Documentário no Festival Internacional de Hong Kong (premiação suspeita?) e será lançado no Japão ainda este mês.

Agora o que surpreende é que Tóquio não exibirá o filme. Os 3 cinemas que iriam exibi-lo desistiram. Os responsáveis pelos cinemas disseram que não sofreram nenhuma pressão para não exibir o filme. Já Li Yong disse que previa a dificuldade e que recebeu telefonemas ameaçadores que aconselhavam não lançar o filme.

Li Yong afirma que tentou fazer com que “Yasukuni” seja o mais imparcial possível e que se inspirou na necessidade de compreender a luta japonesa em encarar e falar sobre seu passado militarista.

A pressão de políticos de direita e ultranacionalistas se faz presente então: 40 deputados do governista Partido Liberal Democrático pediu para assistir o filme antes do lançamento para avaliar se não há nenhum “conteúdo distorcido”.

Por outro lado eu fico pensando que isto é uma censura assim como se faz na China com diversos filmes, mas lá está sem um selo. A única diferença é que, na China, se sabe muito bem quem censura, há a imagem definida. No Japão, assim como em muitos outros países, são “grupos”, “pessoas” e, quando se pergunta para eles a resposta é que nunca fariam isso ou coisas parecidas.