Há cerca de um ano atrás conheci uma artista filipina e, desde então, tenho me interessado em conhecer um pouco mais do que eles fazem por lá. Ainda não me sinto com autoridade suficiente para falar da arte Filipina Contemporânea, mas gostaria de compartilhar o pouco que venho aprendendo.
Seria impossível falar somente da minha amiga Chiqui Rodriguez, sem colocar seus trabalhos dentro de um contexto, filipino e asiático. Nas décadas de 80 e 90 a arte filipina chamou a atenção internacional por sua grande variedade de escolas e tendências, mas, desde então, ela perdeu sua força sendo rotulada de “menos asiática” que seus países vizinhos.
Mas, artistas contemporâneos como a própria Chiqui Rodrigues, Maya Muñoz, Lena Cobangbang, Luisito Cordero, Jayson Oliveria, Wire Tuazon e tantos outros não vem isso como um problema, para eles a arte filipina é urbana, não necessariamente asiática.
Manila, uma megalópole como tantas outras no mundo, tem sua própria dinâmica cultural que não é fácil de entender e nem acompanhar, mas que, mesmo assim, atrai o interesse de galerias de Cingapura, Hong Kong, EUA e Europa, onde muitas exposições são focadas na nova arte filipina.
As influências vão desde a escola clássica européia, passando por mangas japoneses e também a música e arte indie americana. É um grande caldeirão. Segundo Chiqui Rodriguez seu objetivo é “de alguma maneira quebrar barreiras e chegar em um ponto onde minha arte não seja vista como uma exceção, mas que seja diversificada devido às diferentes influências que tivemos em nosso país”.
Em um contexto histórico é interessante lembrar que as Filipinas já foi colônia espanhola, americana e japonesa, o que levou diversas influências ao país. Talvez por isso seus artistas consigam beber em diversas fontes mais facilmente que muitos de seus vizinhos asiáticos.
E Chiqui também consegue inserir sua arte, e das Filipinas, dentro de uma concepção mundial relativamente nova: do engajamento. Tanto é assim que sua nova coleção de pinturas é dedicada às pessoas pobres da Ásia e da África e deve entrar em exposição ainda este ano, talvez em Cingapura, talvez na Europa. Chiqui diz que seu objetivo é juntar organizações civis, empresas e governo em prol dos mais necessitados.
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