Bom, quero dar minha contribuição com um "resumo" (dos bem resumidos) sobre a era Musharraf na presidência do Paquistão.

Vamos voltar ao dia 12 de outubro de 1999. Foi nesse dia que o então General Musharraf bate na porta do então primeiro-ministro Nawaz Sharif e diz: "Acho que você tá no meu lugar" e o destitui do poder. Esse é o ápice do Guerra de Kargil (ou Conflito de Kargil) daquele ano com a Índia, portanto, dentro desse contexto tinha muito poder em suas mãos.

Assumindo o papel de primeiro-ministro ele ainda tinha um incômodo: o então presidente Muhammad Rafiq Tarar que é retirado do poder depois que Musharraf disolve o parlamento e se proclama presidente do país. Isso em junho de 2001.

Ah, vale lembrar que o Paquistão é uma república semipresidencialista.

O país também tem uma das maiores populações muçulmanas do planeta e, justamente no ano de 2001 ocorre aquele ataque às Torres Gêmeas nos EUA e Musharraf se torna um grande aliado dos americanos na região. Será que ele já "agradeceu" Bin Laden pela ajuda?

Em 30 de abril de 2002 o óbvio acontece e legimita o poder de Musharraf: ele é eleito presidente pelo mesmo Parlamento que havia dissolvido um ano antes. Para não acumular muitos papéis na política ele transfere os poderes executivos para o recém-eleito primeiro-ministro, Zafarullah Khan Jamali. Maravilha.

Porém, o marco dessa virada na história do Paquistão a constante opressão de Musharraf contra sua oposição. Seu erro foi outro.

Em março de 2007 ele destituiu a Suprema Corte do país e abriu a porta para muitos protestos em todas as classes sociais do país. Em 3 de novembro do mesmo ano, Pervez Musharraf, no papel de presidente, declara estado de emergência e suspende a constituição do país. A reação é imediata.

Em 15 de novembro um governo provisório chefiado pelo ex-presidente do Senado, Muhammad Mian Soomro, assume. No final do ano, em 27 de dezembro, a ex-presidente e candidata favorita da oposição às eleições para presidente no país, Benazir Bhutto, é assassinada durante um comício.

Pausa para retomar o fôlego....

Em fevereiro os partidos da oposição PPP e a PML-N vencem as eleições legislativas. A casa começa a cair e a situação piora para Musharraf quando Yusuf Raza Gilani, do PPP, é eleito primeiro-ministro.

A coalizão, com sua crescente força, promete varrer Musharraf do cenário político do Paquistão. Quer destituí-lo do poder porém, antes disso acontecer, Musharraf renuncia do seu cargo de presidente em 18 de agosto.

Por fim, com mais de 70% dos votos do Parlamento e das Assembléias Provinciais, o Sr. Asif Ali Zardari, viúvo de Benazir Bhutto, é eleito o 14º Presidente da República Islâmica do Paquistão.

Fiquemos de olhos abertos para o que está acontecendo, é o fim de uma era no Paquistão e o começo de, se quiserem, algo melhor. Desejo boa sorte e dou meu modesto apoio.