O americano John Michael Yettaw, teórico causador da nova condenação de Aung San Suu Kyi, recebeu a visita do senador democrata americano Jim Webb e foi liberado. Um dia depois de ser condenado a 7 anos de prisão ele voltou para sua terra natal.
Méritos da diplomacia americana na Ásia? Conseguir libertar 3 cidadãos americanos de duras condenações no continente asiático em menos de 1 semana é coincidência? Parece que não.
Me parece claro que nos três casos, os dois na Coréia do Norte e mais esse em Mianmar, foram ou serão utilizados como moeda política. Mostrar uma teórica "benevolência" para um diálogo direto com os EUA.
A Coréia do Norte parece sofrer de esquizofrênia. A rapidez, digna de primeiro mundo, com que condenou as jornalistas americanas e a rapidez com que as liberaram foi realmente espantosa. Um grande circo. Agora se mostra aberta ao diálogo e, pasmem, vão abrir sua fronteira com a Coréia do Sul. Isso representa esperança de um diálogo?
Mas ficamos aqui com a nova condenação de Suu Kyi. Porque não acontece nada de novo com ela?
Vamos ver as palavras de seus vizinhos:
- China: "A comunidade internacional deve respeitar totalmente a soberania da justiça birmanesa";
- Índia pediu aos generais a "aceleração das reformas políticas e do processo de reconciliação nacional";
- Tailândia, em nome da Associação de Nações do Sueste Asiático (ASEAN), declarou-se "decepcionada" com a decisão da junta militar, apelando a "eleições livres";
- Cingapura: "Que podemos fazer? Usar a força? Impor sanções comerciais? Os europeus e americanos já o tentaram e não resultou. (...) A nossa posição equilibrada é que nos dá alguma influência sobre o processo";
Ou seja, os países até criticam a condenação de Suu Kyi, mas não chegam a tomar nenhuma atitude concreta. Porque?
Vamos pensar juntos e algumas possibilidades;
- China: Utiliza portos de Mianmar no golfo de Bengala para armazenar petróleo do Oriente Médio. Agora o país descobriu grandes jazidas de petróleo e gás e em Setembro começarão a ser construídos um oleoduto e um gasoduto que abastecerão a China a partir de 2013, assim lhe será poupado um percurso marítimo de 1200 quilómetros;
- Índia: Porque deixou de apoiar Suu Kyi? É claro, não que a China "tome conta" sozinha das riquezas naturais de Mianmar;
- Tailândia: É atualmente o maior cliente do gás birmanês;
A isso se some o fato óbvio que Mianmar não faz exatamente parte das prioridades americanas e fica claro o futuro de Suu Kyi se depender de agentes externos: prisão, prisão e prisão.
Eleições
Então Suu Kyi está afastada das eleições e não poderá surpreender a Junta Militar de Than Shwe, certo?
Ela continua sendo uma sombra para os militares que já provaram sua própria incompetência nos protestos de 2007 e a recusa de ajuda internacional depois do ciclone de 2008.
O que fazer antes de mais uma grande revolta social? Legitimar a Junta no poder o mais rápido possível através das eleições.
Assim como aconteceu na guerra do Iraque e muitas outras oportunidades a comunidade internacional se cala em nome de outros interesses e ajuda a legitimar uma situação lamentável de violação de direitos humanos e do puro e simples bom senso.
Méritos da diplomacia americana na Ásia? Conseguir libertar 3 cidadãos americanos de duras condenações no continente asiático em menos de 1 semana é coincidência? Parece que não.
Me parece claro que nos três casos, os dois na Coréia do Norte e mais esse em Mianmar, foram ou serão utilizados como moeda política. Mostrar uma teórica "benevolência" para um diálogo direto com os EUA.
A Coréia do Norte parece sofrer de esquizofrênia. A rapidez, digna de primeiro mundo, com que condenou as jornalistas americanas e a rapidez com que as liberaram foi realmente espantosa. Um grande circo. Agora se mostra aberta ao diálogo e, pasmem, vão abrir sua fronteira com a Coréia do Sul. Isso representa esperança de um diálogo?
Mas ficamos aqui com a nova condenação de Suu Kyi. Porque não acontece nada de novo com ela?
Vamos ver as palavras de seus vizinhos:
- China: "A comunidade internacional deve respeitar totalmente a soberania da justiça birmanesa";
- Índia pediu aos generais a "aceleração das reformas políticas e do processo de reconciliação nacional";
- Tailândia, em nome da Associação de Nações do Sueste Asiático (ASEAN), declarou-se "decepcionada" com a decisão da junta militar, apelando a "eleições livres";
- Cingapura: "Que podemos fazer? Usar a força? Impor sanções comerciais? Os europeus e americanos já o tentaram e não resultou. (...) A nossa posição equilibrada é que nos dá alguma influência sobre o processo";
Ou seja, os países até criticam a condenação de Suu Kyi, mas não chegam a tomar nenhuma atitude concreta. Porque?
Vamos pensar juntos e algumas possibilidades;
- China: Utiliza portos de Mianmar no golfo de Bengala para armazenar petróleo do Oriente Médio. Agora o país descobriu grandes jazidas de petróleo e gás e em Setembro começarão a ser construídos um oleoduto e um gasoduto que abastecerão a China a partir de 2013, assim lhe será poupado um percurso marítimo de 1200 quilómetros;
- Índia: Porque deixou de apoiar Suu Kyi? É claro, não que a China "tome conta" sozinha das riquezas naturais de Mianmar;
- Tailândia: É atualmente o maior cliente do gás birmanês;
A isso se some o fato óbvio que Mianmar não faz exatamente parte das prioridades americanas e fica claro o futuro de Suu Kyi se depender de agentes externos: prisão, prisão e prisão.
Eleições
Então Suu Kyi está afastada das eleições e não poderá surpreender a Junta Militar de Than Shwe, certo?
Ela continua sendo uma sombra para os militares que já provaram sua própria incompetência nos protestos de 2007 e a recusa de ajuda internacional depois do ciclone de 2008.
O que fazer antes de mais uma grande revolta social? Legitimar a Junta no poder o mais rápido possível através das eleições.
Assim como aconteceu na guerra do Iraque e muitas outras oportunidades a comunidade internacional se cala em nome de outros interesses e ajuda a legitimar uma situação lamentável de violação de direitos humanos e do puro e simples bom senso.
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