A visita do presidente Barack Obama a Ásia, que culminará na reunião do G-20 em Seul, traz certa simbologia consigo. No campo interno depois de ser derrotado Obama sabe que, para ambicionar um reeleição em 2012, tem de fazer a economia do país voltar a crescer e, de fato, está se recuperando desde a crise de 2008.

No campo externo Obama quer aproveitar o momento de crescimento e uma das maneiras encontradas foi injetar US$ 600 bilhões no mercado para continuar a incentivar o consumo
interno e esse, alías, é um ponto de protesto de todos outros países do mundo pois um dólar mais forte só favorece os EUA e a China, que mantém moedas desvalorizadas.
A ida de Obama a Ásia marca então um "fim" da crise de 2008 e ele sabe muito bem onde deve investir para continuar a crescer: Ásia, o local que mais cresce no mundo e com maior potencial.

Para manter e conquistar mais espaço, tanto economicamente, quanto politicamente, Obama conta com o dinheiro de investimento americano e com a crescente antipatia e temor dos vizinhos do dragão asiático: a China.
Ao apoiar um assento permanente para a Índia no Conselho de Segurança da ONU Obama sabe o que
está fazendo, chama para o lado americano um dos grandes emergentes, que compartilha de um
sistema democrático comum, abre mais ainda seu mercado e, principalmente, contrabalancea a
crescente ambição, e, dizem alguns, arrogância chinesa naquela que, naturalmente, é a região
de influência chinesa.

E esse parece ser o recado principal do que será a reunião do G-20 em Seul e do próprio tour que Obama está fazendo na Ásia. Alías, a Ásia cresce na pauta americana, basta citar as recentes viagens de Hillary Clinto a região.

Reunião do G-20
Essa reunião coloca na mesma mesa simplesmente cerca de 90% do PIB mundial e pretende evitar uma contínua guerra cambial e sua escalada. O problema, aparentemente, é que só há uma proposta real na mesa e parte justamente dos EUA: limitar o superávit comercial em até 4% do PIB, passando disso o país teria de se esforçar para vender menos e comprar mais do resto do mundo.

A quem isso está direcionado? Claro, a China, que mantém seu modelo econômico amparado
justamente nisso. Uma clara demonstração que os EUA não está mais disposto a aceitar uma
China descompromissada e omissa com seu impacto no resto do mundo.

Por outro lado a China desconversa e culpa os próprios americanos por essa crise cambial. Os chineses sabem do seu poder e não estão dispostos a assumir sua culpa no cenário atual sob alegação que isso desaceleraria sua economia e, no final, isso seria pior para o mundo inteiro.

Um pouco mais sobre o Conselho de Segurança
Que o Conselho de Segurança da ONU precisa passar por uma reforma urgente não há dúvidas pois este parece parado no tempo e não reflete mais o cenário político e econômico atual. Os postulantes a um assento permanente são: Alemanha, mais uma representante européia, terceira economia do mundo, que seria barrada pela França e Reino Unido.

Brasil, um dos emergentes, um representante da América Latina mas com experiência de cooperação internacional colocada em dúvida devido a recentes aproximações com Irã e afins. É um dos fortes candidatos, mas pode "morrer na praia" facilmente.

Japão, uma das maiores economias do mundo, mas que seria barrado imediatamente pela China. Nesse sentido as chances japonesas são pequenas.

Índia, atrás da China, o principal emergente. Possui certas rusgas com os chineses mas, com o apoio
explícito dos EUA, pode conseguir entrar, em troca de apoio. Por fora ainda corre África do Sul, Egito e Nigéria, pois algum representante africano há de ter e suas economias vem se fortalecendo nos últimos tempos.

Breve conclusão
Com esse ataque duplo a China os EUA parece querer demonstrar que os chineses tem de se responsabilizar também no cenário internacional e, contando com o descontentamento e até medo de vizinhos asiáticos, irá fazer de tudo para limitar o poderia chinês na região.

E essa "briga", seja econômica ou política, deve realmente ajudar a definir o século em que estamos.

Comments (2)

On 9 de fevereiro de 2012 às 22:05 , Camila Couto disse...

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On 12 de fevereiro de 2013 às 03:02 , Juliana disse...

Olá!Meu nome é Juliana e resido no Japão desde 2007. Encontrei seu blog agora há pouco e estou gostando muito!Parabéns pelo conteúdo!Também tenho um blog onde falo de viagens e outros assuntos relacionados a diversos países da Ásia.O blog se chama:
tabibitosoul.wordpress.com
Um abraço e sucesso!!