Neste último dia 19, no 1º aniversário do golpe militar que derrubou o Ex-Primeiro-Ministro Thaksin Shinawatra, que foi eleito duas vezes na Tailândia, ativistas e políticos alertaram que o retorno do país à democracia está sob perigo.

Como era de se esperar foi o próprio Thaksin Shinawatra quem começou as acusações, dizendo que a comunidade internacional está ignorando o que está acontecendo em seu país. Em um artigo publicado no site do The Wall Street Journal (http://online.wsj.com/public/us), Thaksin acusou os militares de gastar mais tempo tentando impedir que ele e seus seguidores retornem ao poder do que promovendo desenvolvimento econômico e restaurando os direitos do povo.

"A Comunidade Internacional está com tanta repugnância da falta de administração da junta militar que quer isso passe o mais rápido possível. Mais que pequenas brigas sobre os detalhes da democracia, o mundo parece preparado para desviar seu olhar para não dar motivos para a junta militar adiar as eleições" disse Thaksin.

O General Sonthi Boonyaratglin disse que derrubou Thaksin para acabar com o tumulto político, reunificar uma nação dividida e acabar com os políticos corruptos na Tailândia. Mas o caminho para a re-democratização não parece estar indo bem.

A ONG Human Rights Watch, de Nova York, afirmou que a Junta Militar deu alguns passos para trás no que diz respeito a proteção dos direitos humanos e acrescentou que as próximas eleições continuam incertas.

Brad Adams, Diretor da Ásia da Human Rights Watch, disse: "O desprezo pelos direitos humanos e a democracia do Thaksin era evidente, mas a Tailândia está pior agora. Não há leis em muitas áreas do país, a imprensa tem mais restrições, e muitas instituições chaves como o Parlamento, a Tribuna Constituinte a Comissão de Eleição se tornaram meras ferramentas sob a Junta Militar".

Alías, coincidência ou não, as eleições do próximo 23 de dezembro só foi anunciada pelo novo Primeiro-Ministro Surayud Chulanont uma semana depois do referendo popular de 19 de agosto onde foi aprovada (por 58% dos eleitores) uma nova Constituição Nacional. Chaturon Chaisang, um ex-líder do partido de Thaksin, o Thai Rak Thai, disse que a Junta falhou em justificar o golpe e só destruiu a ecônomia do país e se afastando da democracia.

"Um ano após o golpe, o povo só conseguiu uma coisa: uma constituição anti-democrática", disse Chaturon. Brad Adams e até a Aliança de Impresa do Sudeste Asiático (SEAPA em inglês) concordam.
De seu exílio na Grã-Bretanha, Thaksin disse à BBC que deve retornar para a Tailândia depois das eleições.