Esse é mais um episódio entre Beijing e Dalai Lama. Nessa semana o Governo Chinês afirmou que a maior entidade espiritual do Tibete apoiou "cultos do mal", se referindo aos grupos Falun Gong (chinês) e Ensino da Verdade Suprema (Aum Shinrikyo) que é japonês. No mês passado Beijing demonstrou seu grande descontentamento em relação à recepção da Primeira-Ministra alemã Angela Merkel a Dalai Lama. Agora, é a vez dos EUA receberem essa desaprovação.

O Congresso Americano irá dar para Dalai Lama uma medalha de ouro expressando a amizade entre os EUA e Tibete. Na cerimônia de entrega estará presente ninguém menos que George W. Bush.

O Ministro das Relações Exteriores da China, Liu Jianchao, condenou tal ação. Reinterou a posição de seu governo dizendo que o Tibete é parte inalienável de seu país e que se opõe a qualquer país que queira usar essa questão para interferir em assuntos internos e que os EUA sabem muito bem disso.

Desde os anos 50, quando um levante frustrado contra o Governo Comunista obrigou Dalai Lama a se exilar na Índia poucos foram os países e políticos que ousaram recebê-lo de forma oficial. Surpreende que duas grandes potencias mundiais o façam em um espaço tão curto de tempo. Se é importante discutir esse assunto dentro de um cenário internacional também é necessário não usá-lo ou mascará-lo com outros objetivos. O que ninguém quer é ver um assunto tão sério ser banalizado e/ou transformado em jogo político.