Cambodia, finalmente, começa a acertar contas com o passado. E não tem mais tempo a perder. Passados quase 30 anos os ex-líderes do partido comunista Khmer Vermelho (Khmer Rouge em francês), que governou o país entre 1974 e 1979, começam a ser levados ao tribunal por crimes contra a humanidade.
Em apenas 5 anos o Khmer Vermelho, liderado pelo General Pol Pot, matou cerca de 2 milhões de pessoas, um terço da população de Cambodia. Segundo o cientista político e historiador americano Rudolph J. Rummel isso o coloca como o líder mais sanguinário de todos os tempos em um percentual relativo à população. Não é pouco.
Para a tristeza de muitos que viram parentes e amigos assassinados durante a breve ditadura do país Pol Pot morreu em 1998. Mas o alento é que muitos de seus companheiros ainda estão vivos e começam a ser levados para um tribunal formado por Cambodia e as Nações Unidas.
Preso em julho, na última segunda-feira Duch (cujo nome real é Kaing Guek Eav) foi ao tribunal do país para acertar suas contas com o passado e com o povo. Hoje um senhor de 66 anos Duch foi o diretor da mal-afamada prisão S-21 e é acusado de torturar e matar 14,000 pessoas entre 1975 e 1979. Alegando problemas de saúde Duch pediu para aguardar seu julgamento final em liberdade, o que foi negado.
Alías, isso é algo muito visto entre criminosos com idade mais avançada como sabemos. Nuon Chea, 82, conhecido como “Irmão Nº 02” foi descrito como hipertenso, com doença cardiovascular, problemas de memórias e afins, resultando na alegação de ser portador de “problemas mentais” e isso acabou atrapalhando o começo de seu julgamento em setembro.
Já o Ex-Presidente do Khmer Vermelho, Khieu Samphan, de 76 anos, aparentemente teve um ataque cardíaco poucos dias antes de ser preso sob a acusação de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O Ex-Ministro das Relações Internacionais do regime, Ieng Sary, de 82 anos, e sua esposa Ieng Thirith, 75, Ex-Ministra de Negócios Sociais, também foram presos.
A Câmara Extraordinária que foi estabelecida para julgar os crimes dos ex-membros do Khmer Vermelho já vinha sendo negociado há uma década e é único pois funciona com a Corte de Cambodia em parceria com as Nações Unidas e, portanto, com as leis internacionais para crimes como esses.
Tentando assegurar ainda a seguranças dos réus, pois com a notícia dos julgamentos se espalhando pelo país é muito capaz que possa se procurar vingança, a Câmara Extraordinária já começa seus trabalhos com os advogados de acusação e defesa trabalhando a todo o vapor.
E, claro, a importância desse evento é considerada muito importante, principalmente para as gerações futuras. O jornalista Nic Dunlop que perseguiu e achou Duch em 1996 disse que o tribunal "tem de ser algo educa2tivo para a geração jovem de Cambodia. É importante que a justiça não seja somente feita, mas também entendida.”
Prak Kimsan, Presidente da mesa pré-julgamento, o tempo também está em jogo: “Milhares foram torturados antes de serem executados das maneiras mais cruéis. A passagem do tempo não diminuiu a importância do Regime Khmer Rouge na sociedade cambodiana."
Cham Muslim, um cidadão cambodiano sobrevivente do regime concordou: "Se nós não tivermos isso [o julgamento], talvez a nova geração fosse seguir esse tipo de regime. Se não houver justiça, no futuro, [os culpados] serão soltos se tiverem dinheiro. Os líderes do regime devem pagar pelo que fizeram."
Já Thun Saray, Diretor da Adhoc, uma organização de direitos humanos o país não pode esperar mais: "Nós atrasamos e atrasamos diversas vezes no passado… E se nós dermos mais tempo aos líderes do Khmer Rouge, iria atrasar o processo novamente."
Ao redor do mundo muitos ex-ditadores morreram antes de enfrentar a justiça dos homens. Um caso recente foi de Pinochet, no Chile. Mais do que justiça que é necessária ser feita é preciso fazer da punição dessas pessoas um exemplo para todos e, principalmente, que seja uma lição a ser aprendida. Cambodia parece disposta a rever sua própria história e, com certeza, poderá ensinar muito seu próprio povo e também o mundo.
Em apenas 5 anos o Khmer Vermelho, liderado pelo General Pol Pot, matou cerca de 2 milhões de pessoas, um terço da população de Cambodia. Segundo o cientista político e historiador americano Rudolph J. Rummel isso o coloca como o líder mais sanguinário de todos os tempos em um percentual relativo à população. Não é pouco.
Para a tristeza de muitos que viram parentes e amigos assassinados durante a breve ditadura do país Pol Pot morreu em 1998. Mas o alento é que muitos de seus companheiros ainda estão vivos e começam a ser levados para um tribunal formado por Cambodia e as Nações Unidas.
Preso em julho, na última segunda-feira Duch (cujo nome real é Kaing Guek Eav) foi ao tribunal do país para acertar suas contas com o passado e com o povo. Hoje um senhor de 66 anos Duch foi o diretor da mal-afamada prisão S-21 e é acusado de torturar e matar 14,000 pessoas entre 1975 e 1979. Alegando problemas de saúde Duch pediu para aguardar seu julgamento final em liberdade, o que foi negado.
Alías, isso é algo muito visto entre criminosos com idade mais avançada como sabemos. Nuon Chea, 82, conhecido como “Irmão Nº 02” foi descrito como hipertenso, com doença cardiovascular, problemas de memórias e afins, resultando na alegação de ser portador de “problemas mentais” e isso acabou atrapalhando o começo de seu julgamento em setembro.
Já o Ex-Presidente do Khmer Vermelho, Khieu Samphan, de 76 anos, aparentemente teve um ataque cardíaco poucos dias antes de ser preso sob a acusação de crimes de guerra e crimes contra a humanidade. O Ex-Ministro das Relações Internacionais do regime, Ieng Sary, de 82 anos, e sua esposa Ieng Thirith, 75, Ex-Ministra de Negócios Sociais, também foram presos.
A Câmara Extraordinária que foi estabelecida para julgar os crimes dos ex-membros do Khmer Vermelho já vinha sendo negociado há uma década e é único pois funciona com a Corte de Cambodia em parceria com as Nações Unidas e, portanto, com as leis internacionais para crimes como esses.
Tentando assegurar ainda a seguranças dos réus, pois com a notícia dos julgamentos se espalhando pelo país é muito capaz que possa se procurar vingança, a Câmara Extraordinária já começa seus trabalhos com os advogados de acusação e defesa trabalhando a todo o vapor.
E, claro, a importância desse evento é considerada muito importante, principalmente para as gerações futuras. O jornalista Nic Dunlop que perseguiu e achou Duch em 1996 disse que o tribunal "tem de ser algo educa2tivo para a geração jovem de Cambodia. É importante que a justiça não seja somente feita, mas também entendida.”
Prak Kimsan, Presidente da mesa pré-julgamento, o tempo também está em jogo: “Milhares foram torturados antes de serem executados das maneiras mais cruéis. A passagem do tempo não diminuiu a importância do Regime Khmer Rouge na sociedade cambodiana."
Cham Muslim, um cidadão cambodiano sobrevivente do regime concordou: "Se nós não tivermos isso [o julgamento], talvez a nova geração fosse seguir esse tipo de regime. Se não houver justiça, no futuro, [os culpados] serão soltos se tiverem dinheiro. Os líderes do regime devem pagar pelo que fizeram."
Já Thun Saray, Diretor da Adhoc, uma organização de direitos humanos o país não pode esperar mais: "Nós atrasamos e atrasamos diversas vezes no passado… E se nós dermos mais tempo aos líderes do Khmer Rouge, iria atrasar o processo novamente."
Ao redor do mundo muitos ex-ditadores morreram antes de enfrentar a justiça dos homens. Um caso recente foi de Pinochet, no Chile. Mais do que justiça que é necessária ser feita é preciso fazer da punição dessas pessoas um exemplo para todos e, principalmente, que seja uma lição a ser aprendida. Cambodia parece disposta a rever sua própria história e, com certeza, poderá ensinar muito seu próprio povo e também o mundo.
Comments (1)
Sem dúvida exemplar... Pena que se passaram 30 anos até isso acontecer.