Já se completaram 10 anos desde o retorno de Hong Kong à tutela de Beijing. No princípio havia muito receio, medo de instabilidade política que poderia afetar uma das economias mais abertas e dinâmicas do mundo. Esse temor passou e Hong Kong continua em seu caminho de prosperidade.

Depois de 99 anos sob dominação britânica Hong Kong voltou a fazer parte da China com a promessa de que haveria, até 2012 (portanto 25 anos depois de sua devolução), voto direto para eleger seu Chefe Executivo. O povo e os partidos já esperavam por isso, mas a Assembléia Nacional Popular (ANP) chinesa declarou que isso não está mais nos planos e que será adiado para 2017.

Atualmente, o Chefe Executivo é eleito por um comitê composto por 800 membros e, sua grande maioria, está ligada a Beijing. A única eleição direta que há na ilha são de 30 cadeiras, ou metade do Parlamento local, a outra metade são também ligados ao Governo Central.

Mas, vale relembrar que, nos tempos de dominação britânica quem governava era também indicado por Londres, sendo então a democracia um conceito novo.

Sobre essa decisão o atual Chefe Executivo, Donald Tsang disse que Hong Kong "deve agradecer pela decisão e dar as boas-vindas a Pequim", mas a argumentação da ANP para tal decisão é vaga e disse que a democratização em 2017 só acontecerá "se as condições adequadas forem cumpridas". E, ainda segundo Tsang, o objetivo é chegar até 2020 como uma democracia absoluta.

Como era de se esperar essa decisão já causou protestos. Segundo Audrey Eu, do Partido Cívico "Essa foi uma decepção desanimadora. Muitas pessoas agora concentram-se no ano de 2017 e pensam haver esperança. Mas [a China] dizer que haverá sufrágio universal naquele ano não significa que de fato haverá".

Realmente, pode ser apenas mais uma estratégia de ganhar mais 5 anos. Tanto Macau quanto Hong Kong são governados por “um país, dois sistemas” de Deng Xiao Ping, mas, seria essa uma decisão inteligente tendo em vista que isso pode, e deverá, ser usado pelos taiwaneses que querem independência de Beijing e votaram em um referendo popular pela entrada na ONU como “República de Taiwan”?

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Então, aproveito a oportunidade para desejar um ótimo ano novo, de mais sucesso ainda para todos nós! Essa é a última postagem deste ano, mas em 2008 continuaremos nossa conversa.

Abraços para todos!