E neste sábado foram divulgados o resultado das eleições parlamentares de Taiwan. Com 72% dos votos, assegurando então 81 cadeiras, o nacionalista Kuomitang (KMT) ganhou as eleições.

Vale lembrar que Kuomitang, partido do 'pai' da moderna Taiwan, Chiang Kai-shek, é pró-China, portanto, o clima deve pegar fogo com o partido Democrático Progressivo (DPP), que é favor da independência. O partido do atual presidente, Chen Shui-bian, ficou com apenas 27 cadeiras no parlamento.

Com o referendo sobre se Taiwan deve tentar ou não se filiar à ONU sob o nome de "República de Taiwan" (lembrando que o nome oficial de Taiwan é "República da China", que foi o nome da China continental antes do Partido Comunista assumir o poder em 1949) a acontecer junto com as eleições presidenciais de março, 5 meses antes da Olimpíadas de Beijing, o clima no estreito deve esquentar.

Beijing já começou a fazer 'campanha' para que países como os EUA e França se oponham à esse referendo. Oficialmente eles não disseram nada, só reconhecem que há uma só China. Porém, em caso de ataque estrangeiro os EUA tem um acordo onde deverão defender Taiwan.

O resultado das eleições de março e do referendo serão fundamentais para o futuro da ilha. Ou o povo taiwanês dão um passo a mais para a independência (apesar de não ser declarado dessa maneira) ou enterram, mais fundo, esse sonho de, ao menos, parte de sua população.

Há muitas pressões e não é um jogo fácil de prever o final. Será que o poderio econômico chinês irá ganhar ou, a vontade do povo taiwanês irá prevalecer (se for realmente de independência)?

E, mais uma pergunta fica no ar, caso o DPP ganhe e o referendo seja aprovado será que Beijing irá arriscar disparar seus mísseis apontados permanentemente para a ilha em ano de Olimpíadas?