Ainda sobre a onda de protestos que está acontecendo em Lhasa, capital do Tibete. Abaixo compartilho com vocês algumas imagens da AFP.

Esses protestos contra a dominação chinesa na região tem a sua razão de ser e, muitas vezes, é "relativizada" como apenas um ponto de vista. O Tibete sempre se considerou um outro país, um que se desarmou e abraçou a causa espiritual. Por outro lado, a China diz que o território sempre foi chinês devido à influência histórica exercida por eles no território.

Porém, com essa justificativa, será que a China não poderia anexar também a península coreana ou tantos outros países da região sob os quais sempre exerceu influência política?

Vale também lembrar que, durante o período da República da China (1911-1949) o então governo representante do país deu a independência para o Tibete. Papel este que foi rasgado assim que a República Popular da China tomou o poder e as tropas de Mao invadiram o território em 1950 e por lá estão desde então.

Tentar simplificar a situação dizendo que o Dalai Lama está coordenando esses protestos é querer tampar o sol com a peneira. É sabido que o governo chinês incentivou chineses da etnia han morarem por lá afim de tornar o Tibete mais "chinês" e menos "tibetano". Essa limpeza étnica é bem clara.

Por outro lado, acredito que a preocupação chinesa não seja somente pelo Tibete, isso pode encorajar Taiwan também. Beijing já proibiu alpinismo na face chinesa do Himalaia para evitar novos protestos e há cooperação com a Índia, por exemplo. O que falar do silêncio da ONU e da comunidade internacional então?

Mas, em minha opinião, o governo chinês pode saber aproveitar a situação em seu favor a medida de manter a opinião pública do país ignorante do que acontece e saber utilizá-la a seu favor.


Falar sobre a "pátria mãe", que sempre foi assim desde o começo da história chinesa e que, agora, estrangeiros (pois sim, o governo chinês acusa Dalai Lama de trabalhar junto com ativistas estrangeiros) querem usurpar o país pode, até certo ponto, causar ressentimento entre os chineses menos informados. Porém, o mais possível é que os jornais locais não falem disso, não é verdade?