Os governantes chineses já podem dormir em paz. Na quarta eleição de Taiwan o candidato do Kuomitang (KMT), Ma Ying-Jeou, ganhou de Frank Hsieh, do DPP, partido de Chen Shui-Bian, na corrida presidencial.

A diferença não foi tão grande: 58% contra 42%. Em seu discurso de vitória Ying-Jeou disse que sua eleição é o resultado de um grande desejo de mudança. Mais alinhado com a política de Beijing Ying-Jeou prometeu estabelecer vôos diretos no estreito de formosa, diminuir as restrições aos investimentos na China (mesmo com essas restrições Taiwan já é um dos maiores “investidores estrangeiros” na China) e incentivar a criação de um “mercado comum”.

Aquele papo de independência não faz parte do discurso de Ying-Jeou, mas e o resultado dos referendos que podem dar certa ambigüidade à presidência do Kuomitang? Foram ignorados completamente, o número de participantes não foi suficiente nem para validá-lo. Um fracasso completo para o DPP.

Vitória
Apesar de Ma Ying-Jeou já ter sido apontado como vencedor dessa corrida através de pesquisas sua vitória se deve mais ao fraco desempenho econômico de Chen Shui-bian, do DPP, em seus 8 anos na presidência.

O sentimento de mudança já estava no ar desde janeiro nas eleições legislativas quando o KMT elegeu 81 dos 113 assentos do Parlamento.

Durante os anos 90 Taiwan era apontado como um dos líderes do seleto grupo chamado “tigres asiáticos”, mas assistiu sua economia retroceder nos últimos anos. Portanto, a eleição de Ying-Jeou e sua sintonia com Beijing é muito devido à uma abertura maior do mercado chinês para os taiuâneses. Assim, há a esperança de sua economia voltar a crescer.

Desde o dia 14 de março, quando estourou os protestos no Tiebete, Frank Hsieh e o DPP viram uma oportunidade de diminuir a diferença apontada nas pesquisas (e confirmada nas urnas) reforçando a visão de uma China opressora. Não deu certo, a grandeza do mercado chinês venceu tal temor.

Apesar da geração atual se sentir cada vez mais “taiuânesa” e menos chinesa, já que aqueles que saíram da China e foram morar lá estão morrendo, eles também entendem que a ilha precisa continuar a crescer e vêm no mercado chinês essa possibilidade.

Portanto os governantes de Beijing irão dormir mais sossegados a partir de agora, não que a oposição e as idéias de independência estejam mortas, mas parecem ficar cada vez mais distante.

Abaixo segue o link de uma reportagem feita pela Rádio e televisão de Portugal:
http://ww1.rtp.pt/noticias/index.php?headline=98&visual=25&article=334945&tema=31