O povo do Zimbábue realmente gosta de Robert Mugabe. A prova disso é que ele está no poder há 28 anos e agora tomou posse para seu 6º mandato. Um caso, talvez único, de paixão do povo pelo seu presidente. O 1º turno na eleição foi vencido pelo opositor Morgan Tsvangirai é bem verdade mas, até ele, abandonou as eleições em prol de Mugabe.

No meio desse novo mandato de Mugabe foram 103 mortos, 10 mil feridos e 5 mil desaparecidos.

Então o problema vai para a ONU. Os EUA apresentam um projeto que imporia sanções ao governo do Zimbábue. São 9 votos a favor, 5 contra e uma abstenção.

O argumento é que a situação no Zimbábue não constitui ameaça à paz e à segurança mundiais, único âmbito que compete ao Conselho da ONU. Até que é verdade, pode não ameaçar, mas também não contribui em nada. Outro argumento é que as sanções nesse momento colocaria em risco as negociações entre os partidos rivais do Zimbábue.

Os países que votaram contra foram liderados pela China e Rússia. África do Sul, Líbia e Vietnã completam a lista. A abstenção ficou por parte da Indonésia.

Não é exatamente uma surpresa os EUA quererem impor sanções, tão pouco que a China vete. Afinal, a diplomacia chinesa segue justamente essa linha: problemas internos são de competência do próprio país. Não-interferência, que, no caso de muitos países na África é tão bem-vinda para acobertar certos abusos.

O ministro da Informação do Zimbábue, Sikhoanyiso Ndlovu, comemorou: "O veto nas Nações Unidas é uma vitória diplomática histórica, não apenas para o Zimbábue, mas também para o resto da África".

Agora, para resolver certos impasses o Movimento pela Mudança Democrática (MDC, principal partido da oposição no país), pediu à União Africana (UA) que intervenha no processo de mediação com o regime de Mugabe. Mais alguns anos de poder para o presidente que levou seu país ao impressionante 151º lugar no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano).