Esse post tem muito a ver com o de ontem.

Todos ficaram sabendo que a ONU entrou através do Tribunal Penal Internacional (TPI) com um mandato de prisão contra o presidente sudanês Omar al-Bashir. A acusação é de crimes contra a humanidade e crimes de guerra que vêm se prolongando nos últimos anos (em números: 300 mil mortos em cinco anos e 2,5 milhões de refugiados).

O Governo do Sudão classificou a acusação como uma manobra política. A União Africana (que, se não me falha a memória, está tendo sua sede reconstruída e ampliada pela China) disse que acusar Al-Bashir o risco de "golpes militares e anarquia generalizada". Até o Egipto defendeu o presidente sudanês dizendo que só "uma solução política para a crise em Darfur será a única verdadeira garantia de alcançar justiça".

Mas vamos falar no âmbito internacional da discussão. Quem se manifestou "preocupado" com esse pedido de prisão foi justamente o Governo Chinês, membro permanente do Conselho de Segurança da ONU.

Interessante é notar que a China é o maior comprador de petróleo do Sudão e um importante investidor no país. Agora aparece a informação da BBC (TV estatal britânica) que, apesar do embargo de venda de armas ao Sudão imposto pela ONU em março de 2005, a China continua vendendo equipamento militar e treinando os pilotos sudaneses com os caças chineses.

Há uma matéria com essas descobertas da equipe britânica que deve ir ao ar na próxima semana e será analisada pelas Nações Unidas.

Alguns aspectos são fatos (como da compra de petróleo), outros podem ser considerados especulações (até que se prove, ou não, sua veracidade) mas há muitos interesses nisso tudo. Tanto do lado "ocidental" quanto do lado chinês. Na minha opinião "coincidências" no âmbito internacional não existem e o caso tem de ser analisado seriamente para o bem do povo sudanês.