Alguns absurdos no mundo diplomático nos a coloca pensar na relação de forças que existe entre os países. Não é necessário me estender falando sobre o poder que a nação mais poderosa do mundo, os EUA, tem em suas mãos. Porém não é possível me estender sobre os bastidores de sua diplomacia que "obriga" outros país a sediarem, cito como exemplo, bases militares em seus territórios e pagar por isso. Já aqui neste blog venho falando sobre isso e em alguns problemas acarretados de tais tratados.

Na Ásia os norte-americanos justificam sua presença militar por alguns motivos como: ameaça norte-coreana e aumento do poderia militar chinês. Me arrisco a apontar esses dois aspectos como os principais.

A presença nas Filipinas é de longa data, lembrando que o país já foi colônia americana e teve ajuda para combater os japoneses na confusão antecedente da 2ª Guerra Mundial na chamada "Batalha das Filipinas", entre 1941/42.

Pois com as Filipinas há um acordo que prevê exercícios militares conjuntos e combate à rede islâmica separatista "Abu Sayyaf" (que significa "carregador da espada"), suspeita de ter ligações com a Al-Qaeda. Esse grupo, atuante em algumas ilhas das Filipinas, pede a criação de um estado islâmico independente em um país majoritariamente católico.

Não irei me alongar muito neste assunto pois não é o objetivo deste post. Pois com toda essa cooperação militar os países assinaram um acordo, vigente desde 1999, chamado de "Acordo de Forças Visitantes".

Esse acordo diz que qualquer militar americano que cometa algum crime nas Filipinas não será julgado pela lei local, e sim pelo exército americano. Um verdadeiro absurdo e atentado contra a justiça que já acontece em outros países que tem a "honra" de ter bases militares americanas em seu território.

No último domingo, dia internacional das mulheres, o grupo ativista filipino "Gabriela" fez uma passeata em direção do Palácio de Malacañang, na capital do país. O protesto tinha, entre outras coisas, pedir o fim desse tal "Acordo de Forças Visitantes" que, na visão do grupo e eu assino embaixo, acaba com a dignidade e possibilidade de se defender das mulheres que sofreram algum abuso por parte dos militares americanos.

A secretária-geral, Emmi de Jesus disse: "não há melhor momento que o Dia da Mulher para que milhares de filipinas deem um passo adiante e reivindiquem a dignidade da mulher e defendam a soberania nacional contra a intervenção dos EUA".

Outro objetivo da passeata era (e ainda é) acabar com os acordos considerados desfavoráveis ao povo filipino. Nada mais justo do que clamar pela chamada "soberania nacional".

Por mais que o combate ao grupo Abu Sayyaf seja (não sei da visão do povo filipino) democrático não se pode ultrapassar a linha de, nesse caso direitos-humanos, em nome disso. Não se pode usar a palavra "democracia" para se tirar o direito de terceiros como foi feito na "guerra contra o terror" de George W. Bush. Espero que a presidente filipina, Gloria Arroyo, tenha a coragem de atender o clamor popular.