Então o Governo Chinês anunciou a criação de um fundo para canalizar as verbas de venda de créditos de redução de emissão de gases do efeito estufa. Esse novo fundo, incentivado através do Protocolo de Quioto, permite aos países desenvolvidos investir em projetos de redução de emissões em nações em desenvolvimento, assim pode-se receber créditos pelas emissões
poupadas e compensa-se seu excesso de emissões.

É um avanço na política ambiental internacional de Beijing. A China, por ser um país em vias de desenvolvimento, tem o 'direito' de não limitar suas emissões. Bacana, isso fez com que o país respondesse por 58% da emissão de CO2 mundial de 2000 a 2006. Além disso não há muitas previsões para se para com isso, uma vez que o número de fábricas não pára de aumentar e os carros tomam conta do país.

Realmente há alguns esforços por parte do Governo para reduzir a emissão de CO2, mas, como tudo na China, terá de ser gigante ou o efeito será muito pequeno. Em dezembro próximos governos de diversos países vão se reunir para se compromissarem sobre um limite para a emissão de poluentes. Beijing já sinaliza que não concorda e a reunião já nasce fadada ao fracasso.

O vice-ministro das Relações Exteriores, Zhang Yesui, declarou: "O aquecimento global foi causado principalmente pelos países desenvolvidos. Eles devem ter a responsabilidade pelo problema e pela redução nas emissões. Países em desenvolvimento estão em processo de industrialização, e enfrentam a dura tarefa de reduzir a pobreza. Precisam de mais energia e vão poluir mais."

Historicamente não se pode negar que os atuais países desenvolvidos são os grandes responsáveis pelo aquecimento global que passamos no momento. Começaram a se industrializar e poluir descriminadamente há alguns séculos atrás e o estrago já é grande. Mas, será que dá para medir o estrago que será feito se a China adotar a mesma política? E a Índia?

Prestes a ultrapassar os EUA como maior emissor de CO2 a China não pode, sob risco de preços mais altos que podemos imaginar, se esquivar de tal responsabilidade. Atualmente tudo que se faz no "país do meio" reflete no resto do mundo e é preciso valorizar isso. Pois, citando Ghandi, "olho por olho, o mundo ficará cego", no cenário atual nenhum tipo de 'revanchismo' ou qualquer coisa que o valha parece ser adequado.