Essa é uma história muito interessante, que começou há uns 10 anos na China e até já discutimos aqui no blog. Beijing é a capital política, Shanghai a capital financeira do país, portanto, o movimento entre as duas cidades é muito grande. Falando de transporte ferroviário o movimento é representa 10.2% do país. Não é pouco.

Em Shanghai já há um trem bala que liga o centro da cidade ao aeroporto internacional de Pudong, batendo os 430 km/h ele foi construído com tecnologia alemã. Sim, tecnologia alemã há 10 anos atrás. No atual plano feito pelo Governo Central foram prometidos 1.25 trilhões de yuans em linhas ferroviárias, o que quer dizer 17,000 quilômetros novos até 2010, metade do que se tem na Alemanha atualmente.

E agora, no final de outubro, foi anunciado que a China construirá com sua própria tecnologia o trem que irá percorrer Shanghai-Beijing em 5 horas. Um grande golpe em toda a expectativa estrangeira que queria pegar esse bolo e fizeram de tudo para isso.

Os Governos do Japão, França e Alemanha investiram para que suas empresas entrassem nessa jogada. Até outros Ministérios do Governo Chinês também pressionavam para que se fizesse o projeto com tecnologia estrangeira, mas o Ministério do Transporte teve paciência. Então, agradecimentos aos estrangeiros e sua tecnologia, mas isso a China fará sozinha. Isso é um resultado de uma política de 'joint-venture' onde é muito difícil entrar no país sem ensinar e passar parte de seu conhecimento para os chineses.

Os números para essa construção impressionam mesmo em um país tudo é grande. Serão necessários ao menos 220 bilhões de yuans (US$29.5 bilhões) para a construção. A linha irá percorrer 1,318 quilômetros, atravessando 20 túneis, 28 pontes e parando em 21 estações. Passará pelas regiões de Beijing, Shanghai, Tianjin, Hebei, Shandong, Anhui e Jiangsu.

Porém ainda há dois problemas que podem atrapalhar esse processo. O primeiro é a forma de investimento, por exemplo, Anhui quer que sua parte de no investimento total seja em terras e não em dinheiro. O outro é justamente a compensação pelo uso da terra que deve chegar até 23 bilhões de yuans.

Alías, 110 bilhões de yuans serão investido pela empresa Beijing-Shanghai Ferrovias de Alta-Velocidade que será integrada por diversas empresas como Banco da China, Banco da Construção Chinês e Seguros CITIC e, principalmente, pelo Ministério de transportes que pagará 40 bilhões de yuans por 35% das ações da empresa. As empresas estrangeiras poderão ter até 10% de suas ações e os outros 110 bilhões virão de empréstimos bancários.

E, para surpresa geral, a Beijing-Shanghai Ferrovias de Alta-Velocidade será listada nas bolsas de Shanghai, onde espera arrecadar US$2 bilhões, e em Hong Kong, onde espera arrecadar US$1.8 bilhões.

Quando finalizada o trem levará 80 milhões de passageiros por ano e custará entre 600 e 700 yuans, metade do preço de avião. Será também a 2ª maior linha ferroviária do país, atrás somente de Qinghai-Lhasa que abriu em 1º de julho de 2006.