A diplomacia chinesa segue uma linha simples que por vezes é excelente: "Não queira interferir no meu país, que não irei interferir no seu". E, claro, muitas vezes é extremanete ruim. Hoje terei a oportunidade de falar sobre um aspecto ruim dessa diplomacia, principalmente voltada para a África, onde os chineses são acusados de fazer neo-colonialismo.

No começo desta semana o Tribunal Penal Internacional (TPI) emitiu um mandado de prisão contra o Presidente Sudanês Omar al-Bashir. Um fato inédito por ele ainda estar em exercício mas não é a primeira vez que o TPI entra em ação: o mesmo mandado foi emitido contra o ditador chileno Pinochet quando este estava vivo.

Omar al-Bashir é presidente do Sudão desde 1989 quando assumiu o poder mediante um golpe de estado. Agora o TPI diz ter reunido provas suficientes para provar que Al-Bashir promove o genocídio no Conflito de Dafur, em seu país.

Esse mandado de prisão deverá, como se diz no Brasil sobre as ações de nossos políticos, "terminar em pizza" pois ele só irá se preso caso saia de seu país uma vez que seu próprio governo (ou seja, ele mesmo), não o irá entregar.

Pois o Ministério de Assuntos Exteriores chinês já emitiu um comunicado "lamentando" a decisão do TPI. Eis as palavras: a China "se opõe a qualquer ato que interfira na situação geral no Sudão e em Darfur" e que a tarefa da comunidade internacional "era manter a estabilidade em Darfur e continuar o processo político e a missão de paz da ONU e da União Africana (UA)", que os próprios chineses colaboram.

Esse conflito em Dafur começou, oficialmente, em 2003 e a estimativa é de até 450.000 pessoas mortas. Passados 6 anos, sem avanços significativos, fica muito claro que as partes envolvidas nessa guerra não irão se entender sozinha. A comunidade internacional finalmente tenta fazer alguma coisa, mas, você pergunta, porque a China vai contra dessa maneira?

Essa pergunta deixo para você, leitor inteligente e informado, responder. Porém, o fato da China ser contra tal "interferência" no Sudão pesa muito pois, junto da Rússia que segue a linha chinesa nesse assunto, o país tem o poder de vetar qualquer ação da ONU por lá. Enquanto isso...

Comments (1)

On 5 de março de 2009 às 19:53 , Unknown disse...

Opa gostaria de ver esta mesma diplomacia quando se trata de Taiwan ou Tibet por exemplo.
Ai a coisa muda de figura não é.
A ideia que se passa é a de criar uma imagem de não interferencia neste caso para que a opiniao internacional não caia de pau naqueles casos que a interferencia Chinesa é gritante.